quarta-feira, 30 de julho de 2008

OLOKUN


OLOKUN, orixá de grande importância, ainda pouco conhecido no Brasil, porém muito difundido e cultuado na Nigéria.
As crenças, em geral, são fundamentadas em algo original ou histórico; na África existem inúmeras. Diz-se que OLODUMARÉ vagava pelo espaço, quando somente havia pedras e fogo. Em função do vapor produzido pelas chamas, grande quantidade de nuvens se acumulou no espaço, precipitando sob a forma de chuva. Onde o fogo havia queimado mais, o terreno ficou mais profundo, dando origem aos grandes oceanos que cercam a terra. Neste momento, nascem todas as YEMANJÁS do mar, desde OCUTÉ até OLOKUN, que é a mais alta representação dos orixás, depois de ODUDUWA.
Quando o mundo se formou, existia maior quantidade de água do que de terra e, por isso, OLOKUN ocupa o segundo lugar no panteão yorubá. Esta divindade, também, é conhecida pelo nome de AAGANA-EKUN IJÁ MOAJÉ, que significa “a profundidade dos oceanos, mãe dos peixes e dos caracóis do mundo”. Ninguém sabe o que há no fundo do mar, isto é tratado no signo Iroso Meji (4-4 Meji), um dos signos do meridilogun; daí vindo a reza: OMI TUTO, ONA TUTO, TUTO ILÊ, TUTO ARIKU BABAWA (água fresca em minha vida, água fresca em minha casa, água fresca para todos os espíritos bons desta vida).
Com OLOKUN vivem dois espíritos: SAMUGAGAWA, que simboliza a vida e ACARO, que simboliza a morte. Ambos estão representados nas ferramentas de OLOKUN.
Este orixá não fala diretamente por sua boca, mas se comunica através de YEMANJÁ, já que esta foi o primeiro caminho que veio à terra e que, também, se denominou YEMBÓ. Gostaria de chamar-lhes a atenção quando digo “caminho de orixá”, pois muitos interpretam mal o que isto significa. Por exemplo, YEMANJÁ possui oito caminhos: primeiro YEMBÓ, segundo OLOKUN, terceiro MAYELEWÓ, quarto ASHABÁ, quinto OCUTÉ, sexto OCOTÓ, sétimo IBU-ARU e oitavo IBU AYEE. Estes caminhos estão representados nos sete mares que rodeiam a terra e nas sete reencarnações deste orixá em sua trajetória. Tudo isto está explicado em um patakin do signo Iroso Ogbe (4-8).
Existe a tradição de assentar OLOKUN para todos aqueles que irão fazer YEMANJÁ. OLOKUN só se assenta, ou seja, não se faz na cabeça de ninguém; aos filhos de OLOKUN se faz YEMANJÁ. Também, se assenta OLOKUN a qualquer pessoa que seja feita, não importando o santo, porém deve possuir assentamento de ESÚ. Os signos (4-7), (7-4), (4-3), (3-4), (7-7) e (1-4) tratam desta questão. Caso uma pessoa tenha algum impedimento para o feitura do santo, também, assentamos OLOKUN para esta, com o objetivo de garantir sua saúde e, particularmente, para protegê-la de doenças graves, até que seja possível a feitura do santo, porém, antes, ESÚ deve ser assentado.

2 comentários:

Unknown disse...

MARAVILHOSO TEXTO !!! MUITO ESCLARECEDOR .... OBRIGA !!!

Unknown disse...

Estou tentando entender pois assentei Olocum