sábado, 12 de abril de 2008

AGUA É LIQUIDO PRECIOSO


ÁGUA É LIQUIDO PRECIOSO


A sensação de sede é mais imperiosa do que a fome, pelo que a vida é mais indispensável à água do que a comida. Assim como o automóvel requer lubrificante, nosso organismo requer água. Se esta lhe falta, há sérios riscos e graves prejuízos para a saúde. Aparecem, então, muitos distúrbios, como ‘peso no estômago’, inapetência, dispepsia, preguiça intestinal e indisposição geral. Livremo-nos, pois, das desagradáveis conseqüências da ‘sequidão’ no nosso corpo, e procuremos desenvolver o hábito salutar de beber água em quantidade suficiente, lembrando-nos de que no verão é necessário tomar esse líquido mais que no inverno. Uma pessoa adulta perde quotidianamente dois litros ou mais, que são expelidos em maior parte pela urina, pela respiração, pela transpiração e pelas fezes.

Cerca de um litro nos é fornecido, cada dia, pelos alimentos que tomamos, mormente pelas frutas e hortaliças. Os restos devem prover, bebendo seis ou oito copos de água por dia. De praxe é bom beber dois copos em jejum, dois entre o desjejum e mais dois entre o almoço e o jantar. E quanto espaço se deve deixar tanto antes como depois de cada refeição? O essencial é e tomar água uma hora antes, ou duas horas depois. Nunca durante as refeições. Se a comida, no estômago, for encharcada, a digestão será prejudicada.

Em muitos casos, a água de poço é melhor do que a água de torneira, mas requer precauções. A água exerce ainda outras funções de grande importância no organismo: regulariza e distribui o calor, segundo a sua maior ou menor evaporação pelos pulmões e pela pele. Pelos pulmões, eliminamos aproximadamente meio litro de água por dia. A evaporação pulmonar tira-nos cerca de 15% do calor do organismo. Na composição dos tecidos, também, a água está presente, como parte integrante das moléculas protéicas, na formação do plasma sanguíneo, na linfa e nos demais rumores do organismo.

Alguns regimes de emagrecimento prescrevem um mínimo de água. Isto é um erro. Quem adota um regime de emagrecimento deve beber mais água do que de costume. As células de gordura que se desfazem sob as dietas, fornecem muitos detritos ácidos que necessitam ser expulsos. Impondo, com isso, às glândulas sudoríparas e, principalmente, os rins, que requerem muito mais deste precioso líquido – a água.


TODAS AS ÁGUAS DO MUNDO
Ìyá Sandra Medeiros Epega
"A princípio o mundo era líquido.
A frente do mundo era água, o fundo do mundo era água."
Vieram os Òrìsà, trouxeram uma estranha matéria castanha, que foi espalhada sobre a água com a ajuda de uma galinha de cinco dedos, de um pombo e de um grande caracol. Òrìsà Osumare, o Arco íris, transformou-se em uma imensa cobra e arrastando-se sobre a Terra recém criada, determinou a geografia do planeta, fez vales e grandes cordilheiras, planícies e pequenos montes, ao redor da imensidão dos mares e oceanos.
A água escasseou. Vieram os Òrìsà morar por um tempo na Terra, e todas as Deusas, chamadas Ayabá (aya – esposa, Oba – Rei), quando voltaram ao Orun (mundo ancestral), transformaram-se em rios e lagos.
A chuva se fez presente, enchendo os rios, e mantendo-os fartos e cheios rumo ao mar. Água bendita da vida, água mágica que dá nome à nossa descendência.
E os homens, moradores da Terra, criados pelos Deuses para cuidar de Ilu Aiye (o planeta Terra) e adorar os Òrìsà, foram incumbidos de zelar por sua moradia. As águas não poderiam ser sujas ou não dariam peixes, alimento que significa para homens e Deuses a liberdade. Nada seria jogado nos rios a não ser ebo (oferendas) vindos da natureza, como grãos, folhas, raízes, frutas que, sendo oferecidos aos Òrìsà moradores dos rios, serviriam de alimentos a seus filhos diletos, os peixes.
Se um ser humano quisesse dar outro tipo de oferenda, ela seria colocada na margem do Rio. E o Òrìsà a quem fosse oferecida, iria escolher um outro ser humano para achá-la e utilizá-la em seu nome.
E assim, os Templos se ergueram na beira dos rios e vasilhas de alimentos, dinheiro, roupas e objetos de metal eram colocados como ebo no seu interior, em local de fácil acesso, onde os pobres e necessitados poderiam ir buscá-las.
E Ibu Odo, o local mais profundo do Rio, só recebia ebo que os peixes pudessem comer e digerir, sempre louvando os Òrìsà.
Okun, o oceano, não foi tão cauteloso. E os homens davam tudo ao mar. Oceano, em sua imensidão tudo aceitava. Até que um dia Olokun, deusa do mar (cuja união com Oduduwa, o planeta Terra, deu origem a quase todos os deuses), e sua filha Yemoja (mãe dos filhos peixes), rainha das águas rasas do mar e do delta do rio, se revoltaram e vomitaram toda sujeira acumulada em suas casas.
E os homens que viviam da pesca aprenderam a não sujar o mar, morada dos Deuses, porque a ira dos Òrìsà atrapalhava a pesca, tornava o mar bravio, chegando até a virar os barcos e a matar os pescadores. Olokun brava, oceano bravio. Yemoja brava, mar raso bravio. Melhor não dar razão para isso acontecer.
Por milênios, os seres humanos, as lagoas, as cachoeiras, os mares, os rios e o imenso oceano viveram em paz e harmonia.
Os homens nasciam e renasciam, as vilas e cidades cresciam e aumentavam. Surgiu a tecnologia e o ser humano parou de escutar os ensinamentos dos Sacerdotes e dos mais velhos, deixou de se preocupar com a natureza limpa, com a moradia perfeita a eles oferecida pelos Òrìsà.
O ser humano se esqueceu da sacralidade das águas, e sua sujeira, seu lixo e seus dejetos imperam no reino liquido dos Òrìsà, que se recusam a receber ebo em casas destruídas pela poluição.
Mares e rios, matas e ares sujos e poluídos desagradam os deuses e comprometem nossa descendência. E a previsão de Orunmila (deus do oráculo Ifá) para 1999, avisa os seres humanos que a natureza está brava e os Deuses aborrecidos. Ilu Aiye, que nos foi confiado como um presente dos Òrìsà, encontra-se sujo e tristemente poluído.
Água é sagrada, fonte de vida do recém nascido, matéria prima que ajuda a moldar os homens, elemento essencial à vida humana, moradia de Deuses e Ancestrais. Água limpa, casa limpa, Òrìsà satisfeito, ebo recebido. Ou voltaremos ao início de tudo:
" A princípio o mundo era líquido.
A frente do mundo era água, o fundo do mundo era água."

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